O quão angustiante pode ser, na nossa
sociedade, esta indefinição de gênero, este não saber se é menino ou menina.
Ora, se há um tempo que o gênero é neutro – não o sexo, que este é fixo – é no
recém-nascido. Por que nos incomodamos em não saber se estamos diante de uma
menina ou de um menino? Tanto os pais se chateiam se o curioso, ao elogiar o
bebê, erra o sexo da criança, quanto o elogiador também se incomoda em
errar e, claro, culpa os pais por não haverem fornecido evidências suficientes na
vestimenta do neném. Daí a urgência dos brincos.
Há um ano atrás o casal inglês que criou
seu filho por 5 anos sem revelar o sexo do bebê, resolveu contar que eles
tinham um menino em casa. Segundo a mãe, a intenção era que a criança pudesse
se expressar e fazer escolhas de acordo com o seu desejo e não impostas socialmente.
Para isso a criança poderia escolher livremente com o que brincar e o que
vestir. (link para a matéria)
Quero que minha pequena menina possa
escolher livremente seus gostos: que possa ter o azul como opção, os carrinhos,
a ciência, assim como a maquiagem, as bonecas e as letras. Claro que gostaria,
também, que ela vivesse em tempos em que nenhuma destas escolhas causasse
estranheza e que ela não fosse mais ou menos menina por causa de um brinco.